sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Quando for Pai

Quando tiver um filho, quero conceder-lhe tudo aquilo que nunca tive hipótese de ter (ou talvez não).

Se bem me lembro, nos tempos da minha mocidade, quis e procurei sempre pedir tudo e mais alguma coisa para bem do meu entretenimento e não só.

Na hora de educar os meus rebentos, julgo vir a ser o tipo de pai que tenta dar aos seus filhos, tudo aquilo que querem, não só porque fui criança um dia, mas porque procuro o melhor para aqueles que amo.

Porém, dou conta que cheguei à idade adulta com as valências necessárias para ter ideia daquilo que sou e poderei vir a ser, sem nunca ter visto correspondidos 99% dos meus pedidos.

Este facto deixa-me “duvidoso”, ao ponto de ver clarificadas algumas ideias sobre o materialismo existente no seio de uma família.

Se por um lado o bem material concede mais um desejo realizado à criança, o mal emocional proporcionado pela não conquista desse desejo, renuncia à criança a oportunidade de ultrapassar a mera dificuldade proferida pelo: não.

Se tudo querem, tudo alcançam… à base do esforço dos pais, como pode o meu futuro rebento descobrir quem de facto é, como se alinham os níveis emocionais da sua personalidade ou simplesmente, como pode descobrir o prazer da realização pessoal.

É possível dar tudo, no contexto emocional ou da experiência de vida.

É impossível estar presente diariamente com cada pedido materialista.

Quando fores pai, se o teu filho pedir-te um telemóvel novo em detrimento de um pedido de carinho ou atenção, cuidado!

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